Campanha “Solidariedade à mesa” arrecadou alimentos para migrantes
O FICAS promoveu uma iniciativa do Dia de Doar em prol do público atendido pela Missão Paz de São Paulo.
O Dia de Doar é a versão nacional da Giving Tuesday (“terça-feira da doação”), iniciativa que nasceu nos Estados Unidos, em 2012, em contrapartida a datas comerciais como BlackFriday e CyberMonday. Sempre é realizada na primeira terça-feira depois do Dia de Ação de Graças e, em 2020, caiu no dia 1º de dezembro. O FICAS apoia desde 2015 a iniciativa brasileira, organizada pela ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, divulgando a campanha ou promovendo suas próprias ações de mobilização.
No ano passado, foi a primeira vez que o FICAS dedicou sua campanha do Dia de Doar integralmente a outra instituição, a Missão Paz, parceira em diversas iniciativas e referência no trabalho de acolhimento à população migrante e refugiada, em São Paulo. De 1 a 24 de dezembro, esteve no ar a “Solidariedade à Mesa”, iniciativa de arrecadação de alimentos online, que possibilitava doações de cestas básicas ou valores em dinheiro.
No período, foram angariados R$ 6.503,00 por meio de depósitos realizados diretamente em conta bancária ou PagSeguro da organização. “Em nome da Missão Paz, agradeço a todos e todas que aderiram à campanha ‘Solidariedade à Mesa’ promovida pelo FICAS. O resultado desta campanha, junto a outras ações, contribuiu para que a instituição, em 2020, atendesse 6.089 imigrantes e refugiados, de 67 nacionalidades. Para se ter uma ideia, foram apoiados graças a serviços interligados 3.207 haitianos, 598 bolivianos, 496 angolanos, 485 venezuelanos, 174 congoleses, entre outros”, declara Pe. Paolo Parise, responsável pela instituição.
O Dia de Doar conecta pessoas, organizações, institutos, fundações, empresas e poder público às mais diversas causas. O movimento global conta atualmente com a participação oficial de 72 países e ações estão sendo realizadas em mais de 190. São incentivadas doações em dinheiro, mas também trabalho voluntário, doação de sangue, de roupas, mantimentos, equipamentos, ajuda em mutirões, campanhas comunitárias, parcerias com empresas, entre outros. Em 2021, a data será celebrada no dia 30 de novembro.
Se engaje em uma causa
O Dia de Doar é um marco no calendário de doação, mas o apoio ao longo de todo o ano pode fazer a diferença no trabalho desenvolvido pelas organizações da sociedade civil e coletivos sociais. O FICAS incentiva a aproximação a instituições sociais, sejam elas atuantes em suas comunidades ou próximas ideologicamente, defendendo causas com às quais as pessoas têm identificação.
> Veja como apoiar a Missão Paz e o FICAS.
> Saiba mais: www.diadedoar.org.br.
Nova parceria com Abong terá duração de dois anos
Com metodologia adaptada ao virtual, FICAS contribuirá com facilitação e organização de encontros, e sistematização de ações da Plataforma pela Reforma do Sistema Político.
Teve início em dezembro de 2020 a parceria entre o FICAS e a Abong – Organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns, que tem como objetivo potencializar as ações da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, prestando apoio institucional e pedagógico por dois anos, com foco na elaboração de processos virtuais inovadores. Criada em 2004, a plataforma é um espaço coletivo, gestionado em forma de rede com organizações, instituições, movimentos sociais, fundações e sociedade civil, a fim de questionar a estrutura do atual sistema político brasileiro.
A parceria entre FICAS e Abong será responsável por elaborar o Plano de Ação da Plataforma, que guiará seus trabalhos pelos próximos dois anos. Também irá sistematizar quinze grupos de trabalho (GTs) e 30 webinários temáticos, além de organizar e facilitar o Encontro Nacional Virtual, que acontecerá nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2021 via plataforma Zoom. Estão previstos ainda cinco Encontros Regionais Virtuais e a sistematização dos resultados de 10 atividades autogestionadas indígenas.
“O papel dessa consultoria é propor instrumentos virtuais pedagógicos que dêem conta dos debates internos da Plataforma, a fim de atualizar suas propostas e reformular seus próximos passos enquanto organização coletiva“, afirma Tabata Tesser, consultora do FICAS e uma das responsáveis pela assessoria. “Em 2021, a Plataforma está passando por um processo de mudança e autoavaliação de suas pautas fundamentais. Há, por exemplo, uma provocação coletiva que questiona se a defesa da ‘Reforma do Sistema Político’ é suficiente para os desafios da atual conjuntura brasileira”, completa.
A primeira atividade da assessoria foi a sistematização do Encontro do Grupo de Referência, que aconteceu nos dias 7 e 8 de dezembro do ano passado e reuniu organizações da Plataforma e parceiras para analisar, refletir e propor estratégias para a transformação do sistema político. Para o Encontro Nacional do final de fevereiro, foram realizadas reuniões com o Grupo de Referência (GR), elaborado um planejamento interativo para os/as participantes e formulado um espaço virtual para escuta e dúvidas.
“A pandemia de Covid-19 desafia as organizações a se reformularem. Além da experiência adquirida em mais de duas décadas, o FICAS aporta um diferencial à parceria ao propor uma mediação interativa de encontros e aplicar metodologias inovadoras de grupos de forma virtual. Estamos atentos a essa ‘nova forma de planejar e atuar’, reconhecendo seus limites”, comenta Tabata.
> Visite a Plataforma: https://reformapolitica.org.br/
> Saiba mais sobre a Abong: https://abong.org.br/
FICAS divulga causas de olho no calendário!
Uma data comemorativa é escolhida a cada mês para estrelar a campanha de comunicação “Que dia é hoje?”.
No dia 21 de janeiro de 2021, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o FICAS lançou sua nova campanha de comunicação “Que dia é hoje?”, que tem como objetivo apoiar causas alinhadas aos valores da organização e divulgar o trabalho de outras instituições. A novidade estreia no mesmo ano em que os calendários mensais passaram a ser disponibilizados para download trimestralmente, a fim de facilitar a organização e planejamento das atividades.
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é uma data que busca promover respeito, tolerância e diálogo entre as diversas religiões, além de ser um convite à reflexão sobre as tradições e crenças dos povos – lembrando que as religiões de matriz africana são as mais perseguidas no Brasil. Na ocasião, o FICAS divulgou uma série de organizações que trabalham com este tema e também eventos realizados em função do dia.
Em fevereiro, foi escolhido o Dia Mundial das ONGs (World NGO Day), celebrado no dia 27 desde 2014, a fim de fortalecer a sociedade civil, ressaltar a importância e o papel fundamental das organizações, divulgar o trabalho realizado pelas instituições e suas redes e inspirar cada vez mais pessoas a fazer parte desta rede. A partir deste mês, um artigo sobre a data que estiver estrelando a campanha mensal passará a ser veiculado no informativo FICAS em Ação – o texto de estreia, que se encontra nesta edição, é de autoria de Andreia Saul, idealizadora e diretora executiva do FICAS, em parceria com a jornalista Paula Rodrigues, responsável pela comunicação da instituição.
“Além dos programas, assessorias e ações que o FICAS desenvolve, estamos sempre buscando alternativas para contribuir para o fortalecimento de pessoas e organizações, uma de nossas principais causas. A campanha ‘Que dia é hoje?’ nasce em um momento de crise socio, político e econômica, agravada pela pandemia de Covid-19, em que vemos como ainda mais primordial o trabalho das instituições da sociedade civil organizada”, conta Paula Rodrigues, jornalista responsável pela Comunicação do FICAS. “Conhecer as causas das organizações fortalece seu trabalho, amplia a atuação em rede e as aproxima do público em geral, que também pode passar a se sentir corresponsável por estas pautas”, completa.
> Saiba mais sobre:
21/jan – Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
27/fev – Dia Mundial das ONGs
> Baixe os calendários do 1º trimestre aqui!
Ação de fim de ano distribuiu cestas básicas e brinquedos
Público-alvo foram as bolivianas participantes do Programa de Formação de Coletivos de Migrantes e Refugiadas/os.
Durante o mês de dezembro de 2020, foram distribuídas cestas básicas de alimentos e brinquedos, para as famílias com crianças, às 28 bolivianas moradoras da Grande São Paulo e participantes do Programa de Formação de Coletivos de Migrantes e Refugiadas/os. A entrega foi realizada por Bira Azevedo e Raquel Catalani, consultores do FICAS e facilitadores do programa, seguindo as medidas de segurança frente ao Covid-19.
O Programa é uma parceria estratégica com a Fundación Avina e a Missão Paz desde 2018 e tem como objetivo apoiar o desenvolvimento socioemocional e econômico dessas mulheres. A formação está estruturada em uma primeira etapa, chamada “Entre Nós”, que busca fortalecer a identidade e autoestima das mulheres, além de trazer informações sobre seus direitos, equipamentos públicos disponíveis, espaços de lazer e cultura, entre outros temas.
Diante da necessidade de se buscar formas alternativas de geração de renda para que as mulheres ganhassem mais autonomia, foi idealizada uma segunda etapa, a “Entre Rendas”, que tem como foco o empoderamento econômico. As participantes tiveram aulas de empreendedorismo e entraram em contato com conceitos como o de economia solidária, terminando o ano em um processo de pensar um negócio próprio, pesquisando e tomando decisões para definir quais produtos poderiam ser produzidos e comercializados.
“Estar junto com essas mulheres em um ano tão desafiador como 2020 foi fundamental para alimentar nossa certeza que juntando forças somos mais fortes. Foi um ano de muitas articulações, conversas, desafios e aprendizagens! Parceiros como a Fundação Avina, Missão Paz, Instituto C&A, Instituto Consulado da Mulher, CDHIC, PAL e muitos outros estiveram presentes e foram fundamentais nessa caminhada. A vaquinha que fizemos para a produção das máscaras, que gerou renda para as mulheres e protegeu migrantes e refugiadas/os, trouxe não apenas recursos financeiros, mas sensibilizou muitas pessoas para essa causa. Por fim, finalizar o ano com essa ação de Natal, levando mais uma vez cestas básicas para as mulheres e suas famílias, e brinquedos para seus filhos/as e netas/os esquentou nosso coração. Que possamos seguir juntas e juntos em 2021!”, afirma Andreia Saul, idealizadora e diretora executiva do FICAS
Apoie o programa!
É necessário mobilizar recursos para continuação do programa, de forma a acompanhar o fortalecimento do grupo e seus negócios, além de possibilitar a participação de novos grupos e perfis de mulheres. Para contribuir com essa iniciativa que já mudou a vida de dezenas de mulheres migrantes, entre em contato com o FICAS: comunicacao@ficas.org.br ou (11) 3045-4313 / (11) 95816-0335.
> Saiba mais sobre os parceiros: Fundação Avina e Missão Paz.
ARTIGO: Se as ONGs param, o Brasil para
Foi por volta de 1995 que o FICAS começou a ser gestado por um grupo de amigas/os universitárias/os, que tinham em comum o desejo de compartilhar e aplicar o que tinham aprendido no âmbito acadêmico com as comunidades, afinal o conhecimento produzido nas universidades é público e, se compartilhado, contribui para um mundo mais igualitário, justo e feliz. Parece que foi ontem que essa organização da sociedade civil (OSC) foi idealizada para colocar esses sonhos em prática e já se vão mais de 20 anos! Em 1997, o FICAS abria oficialmente as portas e nem imaginava o que viria pela frente. É assim que nasce a maioria das organizações – um sonho, um “arregaçar as mangas” e uma vontade enorme de mudar alguma realidade.
O FICAS trabalha todos os dias para que essas OSCs, coletivos, movimentos, suas lideranças e equipes possam se fortalecer para realizar de forma mais estratégica e articulada o trabalho essencial que realizam, pois acredita que são esses atores – ou seja, somos nós OSCs – fortalecidos e articulados que geram mudanças e transformações sociais duradouras.
Nessas mais de duas décadas, 900 organizações, além de coletivos e líderes comunitários já foram fortalecidos pelos programas e assessorias do FICAS, com mais de 25 mil gestores/as e educadores/as participando das formações direta ou indiretamente, de 21 estados e Distrito Federal, além de um programa em Moçambique. Nos últimos três anos, o FICAS se dedicou com força à causa da migração e refúgio, e já apoiou mais de 150 mulheres migrantes e refugiadas no seu desenvolvimento socioemocional e econômico.
Garantir assistência às populações mais vulneráveis socioeconomicamente e lutar todos os dias por mais justiça social são frentes de atuação das OSCs, que também fazem incidência política, desenvolvem metodologias, capacitam jovens e adultos para o mercado de trabalho, investem em atividades para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, atuam na proteção do meio ambiente, defendem direitos humanos, entre tantas outras causas e formas de atuar.
A verdade é que, se todas as organizações parassem de trabalhar, o Brasil pararia. Nesse momento de crise sócio, político e econômica agravada pela pandemia de Covid-19, que impacta em especial as populações mais vulneráveis, o papel das organizações segue sendo cada vez mais imprescindível.
Segundo o Mapa das OSCs, estudo encabeçado pelo Instituto de Pesquisa Econômica (IPEA), atualmente atuam no Brasil quase 800 mil organizações da sociedade civil. O levantamento utiliza CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) ativos no país, disponibilizados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB). As informações para atualização são levantadas a cada dois anos e a versão atual é de novembro de 2019.
Os critérios do Mapa se baseiam em estudos nacionais e internacionais, como do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 2002, que dizem respeito às Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil – Fasfil, e na Classificação dos Objetivos das Instituições sem Fins Lucrativos a Serviço das Famílias (Classification of the Purposes of Non-Profit Institutions Serving Households – COPNI) da Organização das Nações Unidas (ONU).
São consideradas OSCs instituições que se enquadram nos seguintes critérios: são privadas, sem fins lucrativos, legalmente constituídas, autoadministradas ou capazes de gerenciar suas próprias atividades, e voluntárias, ou seja, a atividade da entidade é livremente decidida pelos sócios ou fundadores.
Há uma estimativa de que, no mundo, existam mais de 10 milhões de organizações e o trabalho destas instituições é celebrado no dia 27 de fevereiro, o Dia Mundial das ONGs (World NGO Day). A data foi proposta pelo estudante de direito Marcis Liors Skadmanis na União Europeia e foi oficializada em 2010 no IX Fórum de ONGs do Mar Báltico em Vilnius, na Lituânia. Por fim, no dia 27 de fevereiro de 2014, Helen Clark, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), reconheceu internacionalmente o marco durante evento realizado em Helsinque pelo Ministério das Relações Exteriores da Finlândia.
O trabalho realizado pelas OSCs acontece todo dia em prol da educação, infância e juventude, saúde, meio ambiente, defesa de direitos, entre tantas pautas importantes, mas ter uma data para lembrar e valorizar suas atuações ajuda a fortalecer a sociedade civil, ressaltar a importância e o papel fundamental das organizações, divulgar o trabalho realizado e inspirar cada vez mais pessoas a se tornarem corresponsáveis por estas causas todas.
Andreia Saul, é idealizadora e fundadora do FICAS, atuando como diretora executiva desde 2001. É responsável pela coordenação da equipe, pelo desenvolvimento de conteúdos e metodologias dos programas e assessorias, e pela construção das parcerias e alianças estratégicas. Também é bióloga, doutora na área de meio ambiente pela Universidade de São Paulo (USP).
Paula Rodrigues, é jornalista do FICAS, responsável pela comunicação da instituição desde 2010. É formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Bauru.