“16 dias de ativismo contra a violência de gênero” é uma campanha global que convoca organizações da sociedade civil, movimentos, coletivos e governos a refletir e promover ações em prol de nossa Causa do Mês: o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher (25 de novembro). No Brasil, muitos movimentos iniciam as atividades já no dia 20/nov, Dia Nacional da Consciência Negra, e, por conta disso, a campanha aqui excepcionalmente se chama “21 dias de ativismo contra a violência de gênero”, terminando no dia 10/dez, Dia dos Direitos Humanos, como no restante do mundo.
A campanha foi criada em 1991 por feministas vinculadas ao Women’s Global Leadership Institute, de New Jersey (EUA), e atualmente é realizada em cerca de 160 países no período de 25 de novembro a 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos. O tema deste ano foca no número altíssimo de feminicídios: “A cada 11 minutos uma mulher é morta. #NãoTemDesculpa UNA-SE pelo fim da violência contra mulheres e meninas”.
“Todo ato de violência baseado em gênero que tem como resultado possível ou real um dano físico, sexual ou psicológico, incluídas as ameaças, a coerção ou proibição arbitrária da liberdade, que pode ocorrer tanto na vida pública quanto na vida privada” foi a definição da Organização das Nações Unidas para a violência contra a mulher quando foi oficializado, em 1999, o dia 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
A data foi escolhida pelo movimento feminista latino durante o Primeiro Encontro Feminista Latinoamericano e do Caribe, em 1981, para homenagear a memória das três irmãs Mirabal, ativistas políticas assassinadas na República Dominicana, no ano de 1960. O objetivo da data é prevenir, denunciar e eliminar a violência contra as mulheres e meninas, promovendo a conscientização da população, incentivando denúncias e exigindo políticas públicas e justiça.
Números alarmantes
Segundo o relatório de 2023 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da ONU Mulheres, em 2022, cerca de 48.800 mulheres e meninas em todo o mundo – 133 por dia! – foram mortas por seus parceiros ou familiares. Este número corresponde a 55% de todos os homicídios de mulheres e pode ser ainda mais alto, uma vez que muitos dos crimes não são registrados como relacionados à violência de gênero.
No Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas segundo o boletim “Elas vivem: dados que não se calam” (2023) da Rede de Observatórios da Segurança. Nesta 3ª edição da pesquisa realizada em sete estados – Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Piauí – foram registrados 2423 casos de violência contra a mulher em 2022, sendo 495 deles feminicídios. São Paulo e Rio de Janeiro reúnem quase 60% do total de casos.
Os dados são coletados a partir do monitoramento diário dos meios de comunicação e redes e alimentam um banco de dados que é revisado e consolidado pela Rede. O trabalho ajuda a combater a subnotificação deste tipo de caso.
> Confira a pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança.
> Saiba mais sobre os 16 dias de ativismo contra a violência de gênero.
Sua organização está programando alguma atividade especial para Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher? Conte para a gente nas redes sociais ou pelo e-mail comunicacao@ficas.org.br!
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