Hoje, dia 11 de fevereiro, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência – nossa Causa do Mês! –, que tem como objetivo promover o acesso pleno e igualitário de mulheres e meninas à ciência e reconhecer sua contribuição nas atividades e produções de pesquisa no mundo.
A data foi oficializada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 2015 e implementada pela Unesco e pela ONU Mulheres, em parceria com instituições e organizações da sociedade civil, para conscientizar sobre a importância da igualdade de gênero na ciência. A pauta é essencial para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU, que tem como seu 5º ODS: “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”.
Além da importância da igualdade de gênero e de oportunidades nos espaços de trabalho, a diversidade na pesquisa científica é fundamental para ampliar perspectivas, multiplicar olhares, combater estereótipos e promover a criatividade. A baixa adesão de mulheres em campos da ciência, em especial às exatas, muitas vezes estão relacionados à falta de incentivo aos estudos e ao preconceito e opressão de um setor que vem sendo dominado por homens durante muito tempo.
Números no Brasil
Segundo a professora doutora Aparecida Maria Zen Lopes, atualmente, o número de meninas em cursos da Fatec na área de STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática) não chega a 30%. Aparecida coordena o projeto de pesquisa “Mulheres em Tecnologia” e coordena um grupo de apoio para mulheres na ciência na Fatec de Jaú (SP).
Por outro lado, dados do relatório “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil” (2024), da Elsevier-Bori, mostram que a participação de mulheres na ciência brasileira cresceu 29% entre 2002 e 2022. Em 2022, inclusive, 49% da produção científica nacional contava com pelo menos uma autora, colocando o Brasil como o terceiro país do mundo com maior participação feminina na ciência, atrás apenas da Argentina e de Portugal, com 52%.
Os estudos mostram que, no Brasil, há uma tendência de crescimento na participação de mulheres como autoras de publicações científicas e como inventoras em patentes, porém ainda há áreas com grande disparidade de participação feminina como em Matemática (19%), Ciência da Computação (21%), Engenharia (24%), Ciências da Decisão (27%), Energia (27%) e Física e Astronomia (27%).
Apesar dos avanços, ainda há muitos desafios a serem superados, que precisam de ação das instituições de pesquisa e dos governos. O secretário geral da ONU António Guterres, em pronunciamento sobre o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência deste ano, propõe que esses desafios possam ser enfrentados com mais oportunidades para mulheres, incluindo bolsas de estudo, estágios e mentorias, além da criação de locais de trabalho inclusivos.
> Leia matéria da ONU sobre a data.
> Confira o relatório “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil” aqui.
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