FICAS em Ação 105 – Out-Nov/23

Projeto Mbaraete fortalecerá comunidades de Juruti

Novembro marca o início das atividades de campo da iniciativa apoiada pelo Instituto Alcoa e Alcoa no Pará.

Mbaraete, palavra que significa “se fortalecer em comunidade” em guarani, dá nome a um dos projetos estratégicos desenvolvidos em Juruti (PA), realizado pelo FICAS com apoio do Instituto Alcoa e Alcoa. O “Projeto Mbaraete, se fortalecer em comunidade” teve início em outubro e seguirá até maio do ano que vem. O objetivo principal da iniciativa é fortalecer comunidades e associações dessa localidade, de modo a fomentar um processo de desenvolvimento comunitário.

O projeto alcançará 16 comunidades da região, convidando atores sociais e associações comunitárias atuantes ou em formação. Serão realizados cinco encontros presenciais em cada uma delas. O percurso formativo iniciará com cartografia social para conhecer as comunidades, passando pelo apoio às associações em sua formalização ou documentações pendentes, chegando ao final com um projeto elaborado, preparando os grupos para os desafios de executá-lo.

Nomeado “Muito prazer”, o primeiro encontro acontecerá entre os dias 22 e 30 de novembro e apresentará o Projeto Mbaraete para os participantes, além de possibilitar à equipe FICAS conhecer melhor as comunidades e suas lideranças, as associações, e conjuntamente levantar as fortalezas e desafios de cada localidade.

“O FICAS mobilizou uma equipe potente com experiência para conduzir a formação e regularização. Faremos uso de nossa expertise, mas também adaptaremos nossa metodologia e conteúdo segundo as necessidades e realidades locais. Este início de projeto é muito importante para estabelecer vínculos de confiança e também entender as particularidades de cada comunidade. Estamos animadas com a proximidade da ida para lá!”, afirma Andreia Saul, idealizadora do FICAS e uma das responsáveis pelo projeto.

O FICAS acredita que as associações comunitárias têm um papel estratégico nas mudanças e transformações sociais, e podem assumir cada vez mais esse papel ampliando sua visão estratégica, por isso um projeto como este com o Instituto Alcoa e Alcoa é tão importante. A metodologia que será utilizada parte do pressuposto de que todos os indivíduos trazem para um espaço de formação seus saberes e experiências, por isso parte desses conhecimentos para refletir e construir coletivamente novas referências, conteúdos e práticas.

“Nos processos de fortalecimento das associações comunitárias, optamos por trabalhar, sempre que possível, trazendo os moradores e outros atores da comunidade para ampliar o olhar sobre a realidade local, estreitar vínculos e reforçar a importância do trabalho desenvolvido pelas associações. Isso tem contribuído para gerar uma atuação mais articulada e gerar mudanças sociais mais sólidas, conta Márcia Rodrigues, uma das coordenadoras do projeto.

Sobre a parceria
A relação entre o FICAS e o Instituto Alcoa vem de longa data, passando pela realização do Projeto Cambará, programa de fortalecimento institucional que contou com cinco edições nas localidades da empresa (2014-2017), e pelo Programa de Apoio a Projetos Locais do Instituto Alcoa, que tem o FICAS como responsável pelo processo seletivo, monitoramento e apoio técnico dos projetos há sete anos.

> Saiba mais sobre o Instituto Alcoa.


 

Encontro anual da RedeMiR marca agenda do campo da migração e do refúgio

O FICAS facilitou o evento da Rede Solidária para Migrantes e Refugiados pelo sexto ano consecutivo.

O relatório anual da ACNUR – Agência da ONU para Refugiados com as “Tendências Globais sobre Deslocamento Forçado” de 2022 registrou que o número de pessoas que precisaram se deslocar por guerras, violência, perseguições e violações de direitos humanos chegou ao recorde de 108,4 milhões, com o maior aumento anual já registrado.

Deste total, 35,3 milhões eram refugiados e 62,5 milhões pessoas se deslocaram forçadamente dentro de seus países. A guerra da Ucrânia, emergências humanitárias e mudanças climáticas impactaram diretamente nesta marca. Com os conflitos do Sudão e da Palestina, os números não devem ter desacelerado em 2023.

Essa pauta tão importante foi novamente o foco do 19º Encontro Anual da Rede Solidária para Migrantes e Refugiados (RedeMiR), realizado nos dias 30/out, 7 e 9/nov, que teve como tema “Atores sociais, migrantes e refugiados: articulação e participação”. O evento de 2023 foi promovido pelo Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), ACNUR e OIM – ONU Migração e conta com preparação e facilitação do FICAS pelo sexto ano consecutivo.

A RedeMiR foi articulada em 2004 e reúne mais de 60 organizações da sociedade civil de todo o Brasil. Seu trabalho tem como foco o compromisso humanitário da atenção e reassentamento de refugiados/as, defesa de direitos, promoção e integração de migrantes presentes no Brasil ou em regiões de fronteira, além de atuar com políticas públicas.

“Cada dia mais, percebemos quão importante e necessário se faz estarmos articulados, conhecer-nos, saber a quem recorrer quando necessitamos e a quem ajudar quando os outros estão em necessidade”, declarou Ir. Rosita Milesi, diretora do IMDH, no evento de abertura, conforme destacou a reportagem oficial da organização. “Sei que não é novidade, mas tomo a liberdade de trazer presente: a importância da escuta… cultivar a virtude, o hábito da escuta. E a partir disto, construir o ambiente de diálogo como dimensão fundamental para a vivência pacífica entre as pessoas, entre as comunidades, entre culturas diferentes, cientes e conscientes de que isto vem enriquecer as relações, o pensamento, a vida, finalizou.

Realizado pela quarta vez em versão 100% online, o encontro contou com a participação média de 80 representantes de organizações, profissionais da área de migração e refúgio e interessados na causa, que puderam trocar com agências da ONU, setores do poder público e migrantes e refugiados/as.

“Nos últimos anos, tivemos que nos moldar significativamente ao ambiente digital por conta da pandemia de Covid-19, que gerou a necessidade de isolamento social. O FICAS passou a facilitar encontros e formações online, adaptando sua metodologia. O encontro da RedeMiR foi um destes eventos que fazem parte do calendário e passou a ser virtual. Este formato tem a vantagem de permitir a participação de um maior número de pessoas, comenta Andreia Saul, idealizadora do FICAS e uma das responsáveis pelo Encontro Anual.

Confira a programação completa:

30/out – “Acolhida a migrantes e refugiados: o compromisso de solidariedade internacional”
– Pacto Global sobre Refugiados e Cartagena +40: oportunidades e desafios no contexto brasileiro, com Davide Torzilli e Silvia Sander (ACNUR).
– Pacto Global sobre Migração, com Fabio Ando Filho (OIM).
– Crianças Migrantes e Refugiadas – O apelo à atenção, integração e educação, com Cynthia Ramos (UNICEF Brasil).

7/nov – “A construção e atuação conjunta: diálogo e participação”
– Política Nacional de Migração, Refúgio e Apátrida, com Paulo Illes, Bibiana Waquil Campana e Maria Isabel Meunier (Ministério da Justiça e Segurança Pública).
– Desafios da integração de refugiados no Brasil: compromisso do Governo e colaboração da sociedade civil, com Luana Medeiros (CONARE – Comitê Nacional para os Refugiados/MJSP)
– A proteção de direitos de grupos vulneráveis, com breve sinalização aos diversos grupos e com foco especial na proteção a crianças e adolescentes migrantes e refugiadas, com Ronaldo Almeida (DPU – Defensoria Pública da União)

9/nov – “Nada sobre nós, sem nós: Falam os migrantes e os refugiados”
– Depoimentos e trocas com migrantes e refugiados/as que vivem no Brasil (com participação de Hortence, Leanni, Mariama, Robert, Yelitza).

> Confira também a cobertura do site do IMDH.

 



Fundação Otacílio Coser é novo parceiro para assessoria em avaliação

O FICAS está desenvolvendo um processo avaliativo para o Programa Escolaí, voltado a estudantes da rede pública.

Entre os meses de outubro e dezembro de 2023, o FICAS está se dedicando à mais nova assessoria em avaliação, a construção e acompanhamento de um processo avaliativo para o Programa Escolaí da Fundação Otacílio Coser. O objetivo é possibilitar uma ampliação em larga escala da iniciativa voltada a estudantes da escola pública.

O programa utiliza uma gincana interescolar para fortalecer estudantes, educadoras/es e comunidades escolar a realizarem missões colaborativas que estimulam reflexões sobre temas atuais e relevantes, como por exemplo, os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Os adolescentes e jovens participantes desenvolvem competências alinhadas à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e ao mundo do trabalho, contribuindo para a realização de seus projetos de vida e inclusão social. A iniciativa também aproxima as famílias e a comunidade educativa para fortalecer a ação dos professoras/es para que os estudantes completem a Educação Básica.

O trabalho do FICAS será realizado em três etapas. Na primeira delas, estão sendo elaborados os instrumentais de avaliação das missões com os critérios de avaliação, que serão entregues pelas escolas, a fim de minimizar a subjetividade das/os avaliadoras/es.

Em seguida, o processo de avaliação das missões será testado na prática com a ajuda de voluntárias/os convidadas/os pela Fundação. O FICAS coordenará todo o processo, sendo responsável por produzir a carta de boas-vindas que será enviada às/aos voluntários e uma planilha de controle das análises, além de distribuir as missões e acompanhar as entregas, oferecendo apoio em caso de dúvidas para realizar a avaliação.

Para finalizar a assessoria, serão emitidos os certificados das educadoras/es e estudantes, a partir de controle de dados e informações necessárias para o programa.

> Conheça o parceiro: https://foco.org.br/
> Saiba mais sobre o Programa Escolaí: https://plataformaescolai.com.br/



Dia de Doar 2023: já pensou na sua campanha?

O FICAS apoia institucionalmente a iniciativa que promove a cultura de doação e, neste ano, promoverá uma campanha voltada a migrantes e refugiados.

“Quem doa, transforma” é o slogan da 11ª edição do Dia de Doar no Brasil, que acontecerá no dia 28 de novembro de 2023. A data tem como objetivo promover a solidariedade e cultura de doação, aumentando o impacto positivo do trabalho das organizações da sociedade civil. Pessoas físicas, empresas, fundações, institutos e poder público são incentivados a apoiar e promover campanhas de mobilização de recursos.
Os organizadores disponibilizam no site oficial www.diadedoar.org.br materiais de comunicação (marca, vídeos, releases, peças de comunicação para mídias sociais etc.) e estratégias de participação para impulsionar as campanhas e a adesão geral. É recomendado o uso da hashtag #diadedoar nas redes.

No site, também estão disponíveis a lista de campanhas comunitárias que já foram realizadas no país, orientação de como liderar uma campanha e até um modelo de projeto de lei para cidades que quiserem formalizar a celebração do dia. Em 2023, também foi lançado um edital, vigente em outubro, específico para impulsionar este tipo de campanha.

“Desde 2015, o FICAS apoia institucionalmente o Dia de Doar, contribuindo com a divulgação da iniciativa e mobilizando recursos para a realização de seus programas ou para doar a outras instituições. Neste ano, nossa campanha será lançada no dia 21 de novembro com foco na doação de dinheiro que será direcionado ao atendimento oferecido pelo Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) ao público migrante. Em breve, divulgaremos todos os detalhes. Fiquem atentos às nossas redes!”, conta Paula Rodrigues, responsável pela comunicação do FICAS.

O IMDH se dedica ao atendimento jurídico e socioassistencial, à acolhida humanitária e à integração social e laboral de pessoas migrantes, solicitantes de refúgio, refugiadas e apátridas em situação de vulnerabilidade. Além da sede em Brasília (DF), tem um escritório em Boa Vista (RO) voltado ao atendimento a mulheres e crianças venezuelanas, com ações que abrangem também o município de Pacaraima.

Giving Tuesday brasileiro
O Dia de Doar faz parte de um movimento mundial chamado Giving Tuesday (terça-feira de doação), que teve início nos Estados Unidos em 2012, sendo realizado sempre na terça-feira após o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving). A proposta nasceu como uma resposta solidária a datas consumistas como Black Friday e Cyber Monday, que acontecem nesta época.

No Brasil, a primeira edição foi em 2013 e, no ano seguinte, o país entrou oficialmente no movimento global. Liderado pela ABCR – Associação Brasileiras dos Captadores de Recursos, o Dia de Doar faz parte da rede do Movimento por uma Cultura de Doação e, neste ano, conta com a parceria do Instituto Mol.

Na última edição do Dia de Doar, mais de 28 milhões de pessoas participaram das ações, que aconteceram em 72 cidades de todas as regiões do país e arrecadaram mais de R$ 4,5 milhões. A expectativa dos organizadores é que haja um crescimento neste ano.

> Mais informações: pelo site www.diadedoar.org.br, e-mail contato@diadedoar.org.br ou nas redes sociais @diadedoar.


 

Que dia é hoje? Conheça as causas de outubro e novembro

Em outubro, a campanha “Que dia é hoje?” celebrou o Dia Nacional da Democracia (25/out), lembrando que a participação política se faz todos os dias, seja para reivindicar, acompanhar, discutir, cobrar ações dos governantes ou exigir atitudes contra a corrupção. A luta é constante por maior igualdade social, justiça, acesso à educação, à moradia, saneamento básico, trabalho digno, entre outros direitos, e as organizações, movimentos sociais e coletivos são fundamentais neste processo! Apesar de celebrada pela sociedade civil organizada, ainda há um projeto em trâmite para tornar o Dia Nacional da Democracia oficial e isto pode acontecer ainda neste ano. Saiba mais.

A causa de novembro é a do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado em 25/nov, com o objetivo de prevenir, denunciar e eliminar a violência contra as mulheres e meninas do mundo, promovendo a conscientização da população, incentivando denúncias e exigindo políticas públicas e justiça. A data, oficializada pela ONU em 1999, foi escolhida pelo movimento feminista latino em 1981 em memória das irmãs Mirabal, ativistas políticas dominicanas dos anos 50. As atividades de mobilização giram em torno dos “16 dias de ativismo contra a violência de gênero”, que terminam no dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos. Leia mais.

 

 

FICAS em Ação é um informativo mensal que reúne notícias sobre os programas, assessorias, ações e parcerias do FICAS. Jornalista responsável: Paula Rodrigues.

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