FICAS é homologada certificadora do Pacto de Promoção da Equidade Racial
Empresas poderão conhecer seu Índice ESG de Equidade Racial (IEER) e pensar ações afirmativas e investimentos sociais na área.
O FICAS faz parte da primeira turma de certificadoras do Pacto de Promoção da Equidade Racial, divulgada em setembro de 2022. Aderir à iniciativa está alinhado aos princípios da organização, que promove a diversidade e a luta pelos direitos humanos, desenvolvendo um trabalho que busca contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.
O FICAS foi homologado pela Educafro, instituição que luta por políticas públicas e ações afirmativas na educação, voltadas para negras/os e pobres, promoção da diversidade no mercado de trabalho, combate ao racismo, entre outros.
O objetivo do Pacto é implementar um Protocolo ESG Racial para o Brasil, trazendo a questão racial para o centro do debate econômico. A iniciativa inédita no mundo e de alto potencial de impacto busca promover uma mudança estrutural, a inclusão produtiva da população negra e também através de investimentos na formação educacional e profissional de crianças e jovens negras/os.
“Ter uma iniciativa que reúne diversos atores em torno da pauta da equidade racial, que promove ações efetivas e propositivas de forma vigilante e conectada é de extrema importância para o desmonte do racismo estrutural na nossa sociedade. Fomentar uma maior equidade e diversidade no ambiente das empresas é sem dúvida um passo fundamental para que isto ocorra”, declara Rosana Ferraiuolo, consultora do FICAS, cursando especialização em ESG.
Como funciona a nova assessoria
A sigla ESG, que vem substituindo o termo sustentabilidade no mundo corporativo, vem do inglês Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). As companhias utilizam o ESG para assumir responsabilidades para além do lucro e gerar impactos positivos, especialmente nos campos social e ambiental, a fim de reduzir riscos e melhorar o relacionamento com clientes, fornecedores e as comunidades.
As empresas que aderirem ao Pacto deverão ser auditadas por certificadoras independentes, como o FICAS, para calcular seu Índice ESG de Equidade Racial (IEER). O índice pode contribuir para destacar a preocupação das empresas em relação a seus impactos na sociedade e/ou promover a implementação de ações afirmativas e investimentos sociais em equidade racial. No Brasil, este tipo de investimento é essencial para enfrentar as consequências negativas de séculos de escravidão, a reprodução do racismo estrutural e a falta de oportunidades sociais e econômicas para a população negra.
“Já estamos prontos para atuar como certificadora, recebendo solicitações e também mobilizando as empresas de forma ativa para conhecerem a proposta do Pacto. Está sendo um momento muito especial para o FICAS, de abertura de uma nova frente de atuação como certificadora. Olhar para o nosso papel na área da diversidade e equidade racial, não só para o aspecto da auditoria das ações realizadas pelas empresas, mas também para o que esse movimento promove a curto, médio e longo prazo é muito gratificante”, diz Rosana Ferraiuolo, uma das consultoras FICAS certificadas.
SAIBA MAIS
Para solicitar sua certificação para o FICAS: entre em contato pelo e-mail comunicacao@ficas.org.br ou pelos telefones (11) 3045-4313 e (11) 95816-0335 (WhatsApp).
> Faça parte da iniciativa: http://pactopelaequidaderacial.org.br.
> Conheça o trabalho da Educafro: www.educafro.org.br.
FEAC e FICAS firmam parceria para duas formações com foco em gestão
O Projeto Gerir e o Projeto Gestão em Foco serão gratuitos e voltados a organizações de Campinas (SP).
FICAS e Fundação FEAC fecharam duas novas parcerias voltadas ao fortalecimento de organizações da sociedade civil da região de Campinas (SP): o Projeto Gerir e o Gestão em Foco. As duas instituições acreditam que o fortalecimento institucional e a sustentabilidade financeira são fundamentais para a continuidade do trabalho das organizações, por isso investem na formação e apoio, especialmente das de menor porte.
As formações, com início previsto para 19 de outubro de 2022 em um encontro presencial, serão gratuitas e a maioria dos encontros serão realizados em ambiente virtual devido ao contexto atual de pandemia de Covid-19. Também será feito um acompanhamento sistemático, por meio de plantões de dúvidas e encontros individualizados com as/os representantes.
Com metodologia própria, baseada na educação popular, o FICAS utiliza a ludicidade, afetividade e participação para que os representantes das organizações possam compreender os conteúdos, vivenciá-los na prática e multiplicá-los internamente. O conteúdo será desenvolvido pela equipe FICAS, além de consultores/as e organizações parceiras que poderão ser convidados para compartilhar sua expertise.
“Em nossa prática, costumamos levantar com o grupo os conceitos, sentidos e vivências nos temas a serem trabalhados para planejarmos uma abordagem estratégica”, conta Andreia Saul, idealizadora do FICAS e uma das responsáveis pelas formações. “Também criamos espaços de corresponsabilidade para gerar engajamento dos/as participantes e melhor aproveitamento dos conteúdos e práticas. Além disso, trabalhamos aspectos da comunicação não violenta, como a fala, escuta, atenção plena e mediação, que têm contribuído com o compartilhamento das atividades nas organizações e costumam gerar reflexões coletivas”, completa.
A parceria com a FEAC teve início em 2021, com a realização do programa do FICAS Cuidar de Quem Cuida, voltado ao cuidado e à saúde mental de profissionais e voluntários/as do campo social.
Projeto Gerir
Considerado um curso de aperfeiçoamento em gestão, o Projeto Gerir tem como objetivo promover uma gestão eficiente e focada em resultados nas organizações participantes da formação. Esta será sua 5ª edição e contará pela primeira vez com um parceiro executor, o FICAS, que agregará ao projeto sua expertise de formação e facilitação de grupo. Outro diferencial será a sistematização da metodologia e conteúdo, com elaboração de um “Guia Gerir”.
Participarão pelo menos 45 profissionais representando de 20 a 25 organizações, selecionadas pela Phomenta. Os conteúdos serão abordados ao longo de 22 encontros (total de 128 horas), sendo seis deles presenciais.

14º Programa de Formação em Gestão FICAS, em São Paulo. Foto: Paula Rodrigues/FICAS.
Gestão em Foco
A 15ª edição do Programa de Formação em Gestão do FICAS acontecerá em parceria com a FEAC sob o nome Gestão em Foco, sendo direcionado a diretores/as e gestores/as de organizações da sociedade civil de Campinas (SP). O objetivo da formação é que as instituições tenham sua gestão aprimorada no âmbito estratégico e operacional, atuando de forma planejada, participativa e transparente, e as lideranças saiam fortalecidas, com visão estratégica ampliada com foco no desenvolvimento institucional.
Participarão 30 profissionais, sendo dois representantes de 15 organizações, a serem convidadas diretamente pela FEAC. O intuito é envolver toda a equipe das instituições no processo formativo, com a realização de plantões e oficinas em cada organização, sempre que necessário. A formação terá quatro módulos de quatro encontros, além dos encontros intermódulos de aprofundamento e aprendizagem, totalizando 22 encontros, sendo seis deles presenciais.
“Desenvolver o programa em parceria com a FEAC, que possui ampla expertise de coleta e análise de dados do território e das organizações da sociedade civil, permitirá fortalecer instituições que atuam em áreas de maior vulnerabilidade socioeconômica e/ou com atuação estratégica em causas que podem contribuir para mudar essa realidade”, declara Andreia Saul, do FICAS.
> Saiba mais sobre a Fundação FEAC.
Intolerância religiosa e racismo institucional são temas de encontro em Belém
FICAS participou do evento organizado pela Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político por conta da assessoria que desenvolve com a Abong.

Encontro da Plataforma em Belém, ago/22. Foto: Carmela Zigoni/INESC.
Nos dias 2 e 3 de agosto de 2022, 42 representantes da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político participaram do encontro presencial “Intolerância Religiosa e Racismo Institucional: impacto nos territórios e no sagrado dos povos da floresta”, realizado no CEDENPA (Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará), em Belém (PA).
A Plataforma foi criada em 2004 e é um espaço coletivo, autogestionado em forma de rede com organizações, instituições, movimentos sociais, fundações e sociedade civil, a fim de questionar a estrutura do atual sistema político brasileiro. Os objetivos do encontro foram aprofundar o debate sobre laicidade, racismo e gênero; dialogar sobre a diferenciação entre identidade e pauta identitária; ampliar as discussões sobre antirracismo e laicidade, além de aproximar a Plataforma das pautas políticas da região Norte.
“Além de sistematizar o encontro, o FICAS foi responsável por realizar uma apresentação integrada e lúdica, fazendo o uso de argilas, para a abertura do encontro. Os debates, fruto do evento, serviram de subsídio para a elaboração da Versão III, documento com propostas para transformação do atual Sistema Político, no qual o FICAS está responsável por sistematizar o que a Plataforma vem elaborando e pensando nos últimos anos”, conta Tabata Tesser, consultora FICAS e uma das responsáveis pela assessoria.
Entre os principais temas abordados, estiveram a valorização da cultura e tradição indígena e o reconhecimento aos povos originários como os grandes defensores da natureza. “Conversamos sobre a experiência Guajajara como modelo válido para discutir um Novo Sistema Político, tema esse que tem a ver com as experiências das guardiãs da floresta e das mulheres Guajajaras, no sentido de redução de conflitos a partir do território. Os participantes do encontro apontam que os ataques têm reduzido, em alguma medida, via ações das guardiãs da floresta”, compartilha Tabata.
O encontro também refletiu sobre como o capitalismo e o racismo são formas interseccionadas de opressão e a necessidade de se defender cotas para indígenas, quilombolas e outras organizações nos espaços de poder de forma geral. Outros tópicos de destaque foram: a sugestão de se realizar consultas populares para validar demandas do território; pensar a autonomia dos povos e defesa de um Estado Plurinacional; e a necessidade de incluir a Amazônia dentro do orçamento e reconhecer a diversidade amazônica.
Sobre a assessoria
O FICAS vem prestando uma assessoria prevista para durar dois anos ao lado da Abong – Organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns. O trabalho desenvolvido inclui apoio institucional e pedagógico ao grupo da Plataforma, com foco na elaboração de processos virtuais inovadores. Em 2021, o FICAS organizou e sistematizou eventos virtuais como o Encontro Nacional, cinco encontros regionais e um encontro temático.
Já em 2022, a assessoria vem se dedicando à sistematização da Versão III, documento político que organizará os desafios da plataforma, contemplando todas as diversidades, apontamentos e dilemas que foram discutidos nos últimos três anos pela iniciativa, apontando experiências e questões norteadoras. Com o objetivo de ser acessível e popular, a publicação também reunirá as perspectivas da Plataforma para os próximos anos e sua visão de futuro com o objetivo de informar a população.
O documento passará por uma consulta às organizações que integram a Plataforma e o FICAS elaborará uma cartilha, resumida, com a aprovação deste documento, que será oficializado no Encontro Nacional, que está programado para acontecer de 2 a 4 de dezembro deste ano, em Brasília (DF).
> Visite a Plataforma: https://reformapolitica.org.br/
> Saiba mais sobre a Abong: https://abong.org.br/
Concluído o Projeto MigreAfetos direcionado a mulheres migrantes
A iniciativa contou com turmas de fortalecimento pessoal e econômico e foi promovida pelas Católicas Pelo Direto de Decidir em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania e o FICAS.

Encontro sobre comunicação e marketing digital para a turma de Fortalecimento Econômico do MigreAfetos 2022. Foto: João Machado/FICAS.
As atividades das duas turmas de mulheres migrantes que participaram do Projeto MigreAfetos/SP 2022 foram concluídas no final de agosto. A iniciativa da organização da sociedade civil Católicas Pelo Direto de Decidir em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania do Governo do Estado de São Paulo e com formação conduzida pelo FICAS, contou com uma turma de “Fortalecimento Pessoal” e outra de “Fortalecimento Econômico” e prevê a elaboração de um foto livro com as participantes.
O objetivo do projeto era conectar, transformar e fortalecer mulheres migrantes, em situação de refúgio e apátridas, que moram na cidade de São Paulo. Os dois grupos somaram 46 participantes de nove nacionalidades – Bolívia, Filipinas, Haiti, Hungria, México, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago e Venezuela.
Os encontros formativos foram pensados como momentos de troca de experiências e para trabalhar os desafios da mulher migrante em relação à luta por seus direitos e sua identidade. O FICAS foi responsável pela formação que contou com nove encontros, presenciais e online, para cada turma entre os meses de julho e agosto de 2022.
A turma de “Fortalecimento Pessoal” teve como objetivo ampliar as referências das participantes, apresentando equipamentos e direitos significativos para a vida das comunidades migrantes em São Paulo. Foram trabalhados temas como: reflexões sobre quem sou eu, de onde venho e o que eu tenho na minha bagagem; moradia e acesso à cidade (cultura e lazer); saúde (da mulher e da família na realidade brasileira), direitos trabalhistas, sociais e de educação, além de proteção social (integridade física, guarda de filhos, documentos e pensão). Também foram reforçados os meios de denúncia de violação de direitos.
“No nosso encontro de encerramento, as mulheres ressaltaram a importância do espaço de formação possibilitar conhecer pessoas de outras comunidades migrantes, trocar experiências e ter a perspectiva da criação de redes. Além de ampliarem conhecimentos sobre uma série de direitos e sobre os temas abordados nas oficinas, as participantes valorizaram a oportunidade de escutar as histórias de outras mulheres e também de poderem se expressar, contar sobre suas próprias vidas”, diz Jaqueline Bertoldo, consultora FICAS e uma das responsáveis pela turma de “Fortalecimento Pessoal”.
Com o objetivo de contribuir para a autonomia econômica de mulheres que atuam em pequenos grupos com seus próprios negócios, o grupo de “Fortalecimento Econômico” analisou seu próprio empreendimento ou uma ideia de um novo negócio, entendendo suas características, fortalezas e desafios. Esta turma contou com a colaboração de especialistas em economia solidária e comunicação e marketing digital.
“As participantes também conheceram experiências de mulheres que trabalham em equipe e alternativas de negócios com viés ecológico, que produzem a partir de material reciclado”, conta Raquel Catalani, consultora FICAS e uma das responsáveis pela turma de “Fortalecimento Econômico”. “Na avaliação do fim da formação, as mulheres destacaram a importância de aprender com a prática nos encontros presenciais, além de conhecer outras culturas e poder trocar com o grupo, despertando novas ideias e interesses”, completa.
> Saiba mais sobre os parceiros: Católicas pelo Direito de Decidir e Secretaria da Justiça e Cidadania.
Que dia é hoje? Confira as causas de agosto e setembro
Desde 2021, nossa campanha de comunicação chamada “Que dia é hoje?” vêm dando visibilidade a causas que acreditamos ser importantes e que estão alinhadas a nossos valores, reforçando nosso compromisso de “fortalecer pessoas e organizações”. A cada mês é escolhida uma data comemorativa para ser divulgada, bem como o trabalho de organizações que atuam com as respectivas temáticas.
9/ago – Dia Internacional dos Povos Indígenas
Oficializada em 1995 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data tem como objetivo garantir direitos humanos para as etnias indígenas de todo o mundo, bem como o respeito e preservação de suas culturas e costumes. O tema da celebração oficial deste ano foi “O papel das mulheres indígenas na conservação e transmissão dos conhecimentos tradicionais”. Saiba mais.
8/set – Dia Mundial da Alfabetização
A data é comemorada no dia 8 de setembro desde 1967, quando foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Seu objetivo é promover debates sobre a importância da alfabetização e ressaltá-la como uma questão de direitos humanos. Segundo dados atuais da Unesco, 773 milhões de jovens e adultos em todo o mundo não estão alfabetizados adequadamente. Saiba mais.