FICAS em Ação 96 – Jul/22

Fortalecimento pessoal e econômico para mulheres migrantes

O FICAS conduz as formações do Projeto MigreAfetos, promovido pelas Católicas Pelo Direto de Decidir em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania.

Atividades do MigreAfetos 2022 destinado a mulheres migrantes, em São Paulo. Fotos: Isadora Faria, Raquel Catalani e João Machado.

Foi dada a largada nas atividades do Projeto MigreAfetos/SP 2022, iniciativa da organização da sociedade civil Católicas Pelo Direto de Decidir em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania do Governo do Estado de São Paulo e com o FICAS, que tem como objetivo conectar, transformar e fortalecer mulheres migrantes, em situação de refúgio e apátridas, que moram na cidade de São Paulo.

O FICAS é responsável pela formação que conta com nove encontros, presenciais e online, para cada turma entre os meses de julho e agosto de 2022. Os encontros presenciais de estreia aconteceram na sede do FICAS, em São Paulo nos dias 10 de julho, para a turma de “Fortalecimento Pessoal”, e 24 de julho, para o grupo de “Fortalecimento Econômico”. As participantes estão recebendo um vale-internet para apoiar o acesso aos encontros virtuais e recurso para o transporte e alimentação nos encontros presenciais, além de cesta básica. O projeto prevê a elaboração de um foto livro com as participantes.

“O grupo como um todo é bastante participativo e está engajado com a proposta do projeto. É muito bonito ver redes entre mulheres migrantes se criando e se fortalecendo aqui na cidade de São Paulo. Tenho certeza que o processo será significativo para todas nós pois é um espaço de aprendizado e trocas mútuas, onde todas construímos juntas”, afirma Jaqueline Bertoldo, consultora FICAS e uma das responsáveis pela formação do MigreAfetos. “No encontro de estreia, a gente criou um espaço para que todas pudessem se conhecer, partilhar um pouco sobre suas trajetórias. Cada mulher foi convidada a, por meio de desenhos, colagens e escritos, representar suas origens, sua comunidade e seus sonhos no Brasil”, conta.

Puderam se inscrever mulheres migrantes, que vivem na cidade de São Paulo. Era necessário conhecimento básico de português para compreender e se expressar na língua. Os dois grupos têm 46 mulheres de nove nacionalidades – Bolívia, Filipinas, Haiti, Hungria, México, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago e Venezuela.

“Participar do grupo de Fortalecimento Pessoal está sendo uma experiência maravilhosa! Confraternizar com mulheres de outras nacionalidades, imigrantes como eu, e saber que passamos pelas mesmas dificuldades nos ajuda a nos dedicarmos com maior interesse e a adquirir mais capacidade para enfrentar os desafios que encontramos aqui no Brasil. Estou muito agradecida pela oportunidade!”, afirma a venezuelana Celina del Valle Martinez de 55 anos.

Por dentro do projeto
Os encontros formativos são momentos de troca de experiências entre mulheres de diferentes origens e culturas para, em rede, trabalhar os desafios da mulher migrante sobre a luta por seus direitos e a sua identidade.

O grupo de “Fortalecimento Pessoal”, tem como objetivo ampliar as referências das participantes, apresentando equipamentos e direitos significativos para a vida das comunidades migrantes em São Paulo. Entre os temas que serão trabalhados destacam-se: reflexões sobre quem sou eu, de onde venho e o que eu tenho na minha bagagem; moradia e acesso à cidade (cultura e lazer); saúde (da mulher e da família na realidade brasileira), direitos trabalhistas, sociais e de educação. Serão também abordados temas ligados à proteção social, como por exemplo, integridade física, guarda de filhos, documentos e pensão.

Já o grupo de “Fortalecimento Econômico” pretende contribuir para a autonomia econômica de mulheres migrantes que atuam em pequenos grupos com seus próprios negócios. Ao longo da formação, as participantes serão convidadas a olhar o próprio negócio, entendendo suas características e quais são as fortalezas e desafios para desenvolvê-lo. Além disso, irão encontrar subsídios para o empoderamento econômico, partindo dos princípios da economia solidária e para questões práticas de um empreendimento econômico. Pretende-se também criar uma rede de trocas de experiências entre as mulheres participantes.

> Saiba mais sobre os parceiros: Católicas pelo Direito de Decidir e Secretaria da Justiça e Cidadania.


 

Nova parceria do FICAS é assessoria de sistematização para o Ibase

A sistematização de um dos programas da organização será construída de forma coletiva.

Sistematizar o Programa Núcleos de Integração: Desenvolvimento Territorial do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) é o foco da nova assessoria do FICAS, assinada no início de julho de 2022. O objetivo é organizar processos e metodologias, e refletir sobre avanços, desafios e aprendizagens na visão de quem vivenciou as etapas do programa.

O programa foi criado para impulsionar o desenvolvimento social e econômico de comunidades, por meio da qualificação, integração e dinamização das relações entre diferentes grupos, buscando a participação efetiva da população moradora nos processos de emancipação de seus territórios. Participaram da primeira etapa da iniciativa 14 localidades de diversos estados, entre esses Rio de Janeiro e São Paulo.

“A sistematização de experiências se alinha fortemente à metodologia deste programa do Ibase, pois é um processo de reflexão coletiva em torno de uma prática realizada a partir da reconstrução ordenada pelo olhar de quem a viveu – pressupõe participação, escuta ativa, respeito pela diversidade, inclusive de pontos de vista, abertura para aprender com a prática e olhar de descobridor/a. A reflexão de fundo é ‘porque fizemos o que fizemos da forma que fizemos?’, comenta Andreia Saul, idealizadora do FICAS e uma das responsáveis pela sistematização.

A assessoria terá duração de julho a setembro de 2022 e contará com quatro etapas: Conhecimento aprofundado do programa; Construção do processo de sistematização e da coleta de dados; Coleta de dados e sua análise e interpretação; e Apresentação dos resultados. Como a metodologia FICAS propõe uma construção coletiva com a equipe, será realizada uma oficina de construção do processo de sistematização, para formação e alinhamento das questões-chaves, além de formar um grupo orientador, que irá acompanhar mais de perto todas as etapas do processo.

A etapa de coleta de dados será realizada de forma híbrida, com seis rodas de escuta virtuais com pessoas das diferentes localidades, com 2 horas de duração e um limite de 20 participantes, e duas rodas de escuta presenciais, de forma a aprofundar a escuta virtual e/ou garantir a participação de comunidades com dificuldade de acesso à internet. Nestes momentos presenciais, o FICAS investe um tempo maior para conversar individualmente com moradores/as e visitar espaços impactados pelo programa.

Sobre o Ibase
A organização de cidadania ativa, sem fins lucrativos, foi fundada em 1981, após anistia política, por Herbert de Souza, o Betinho, e os companheiros de exílio Carlos Afonso e Marcos Arruda. Sua história institucional está “ligada à democratização do Brasil, em particular às lutas que permeiam a emergência da cidadania e a constituição da diversificada sociedade civil brasileira das três últimas décadas”.

> Saiba mais sobre o parceiro: https://ibase.br/.


 

FICAS e Itaú Social renovam parceria pelo quinto ano consecutivo

Assessoria se dedica a apoiar a logística do Programa Leia com uma Criança de incentivo à leitura.

Renovada para mais um ano, o FICAS vem oferecendo uma assessoria ao Programa Leia com uma Criança do Itaú Social desde o final de 2017. O braço social do banco Itaú, criado em 1993, desenvolve programas comprometidos com a melhoria da educação pública brasileira, entre eles esta iniciativa de democratizaçãpo da leitura infantil. Além de fomentar a leitura, o programa já distribuiu gratuitamente cerca de 63,5 milhões de livros físicos desde 2010.

O trabalho do FICAS está relacionado aos pedidos de coleções de livros infantis feitos por instituições de todo o Brasil, que desenvolvem ações regulares de incentivo à leitura, como redes públicas municipais de educação infantil e organizações da sociedade civil (OSCs) formais e informais que se inscrevem no Edital do Itaú Social.

O FICAS também acompanha as solicitações de Bibliotecas Itaú Criança feitas pelos participantes dos cursos online “Infâncias e Leituras” e “Mediação de Leitura para Juventudes”, disponíveis no portal polo.org.br. As formações são gratuitas, de autoinstrução e têm como objetivo sensibilizar para a importância da leitura, por meio de reflexões sobre o significado da leitura, o papel dos mediadores e os critérios para construção de uma biblioteca adequada.

A assessoria é responsável pelos formulários personalizados por categoria de instituição e por produto, pela análise dos dados e validação dos requisitos estabelecidos pelo Itaú Social. Os pedidos aprovados são organizados e encaminhados aos Correios, responsável pelas entregas. O FICAS também realiza o atendimento via e-mail e WhatsApp aos interessados em solicitar os livros.

O acervo das Bibliotecas Itaú Criança conta com 50 exemplares de literatura infantil. Em 2021, os livros do Programa Leia com uma Criança chegaram a mais de 930 mil crianças por meio de 3700 organizações e secretarias de regiões em situação de maior vulnerabilidade social.

As ações de incentivo à leitura realizadas por profissionais e familiares de crianças vêm ao encontro da missão do FICAS, porque contribuem para a mudança de valores e atitudes e para a construção de uma sociedade mais justa. O acesso à literatura de qualidade é muito importante na formação de pessoas de todas as idades. A leitura amplia a visão de mundo, proporciona experimentar e elaborar emoções, questiona e agrega valores, pode levar a mudanças pessoais e sociais”, declara Marcia Quintino, coordenadora técnico-metodológica do FICAS e uma das responsáveis pela parceria.

Para saber mais sobre a iniciativa: https://www.itausocial.org.br/editais/.
> Saiba mais sobre os parceiros: Itaú e Itaú Social.


 

Festival ABCR 2022 promove “Diálogos para a retomada”

FICAS apoiou institucionalmente e participou da edição presencial do evento, após dois anos de distanciamento social.

Registro de palestra durantes a 14ª edição do Festival ABCR, em São Paulo. Foto: acervo ABCR.

Depois de dois anos online, o Festival ABCR 2022 voltou a ser realizado presencialmente nos dias 27 e 28 de junho, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. Com o tema “Diálogos para a retomada”, a 14ª edição do evento de mobilização de recursos promovido pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos contou com 718 participantes e 105 palestrantes, além de mais de 40 patrocinadores, expositores e parceiros – entre eles, o FICAS que ofereceu apoio institucional por mais um ano.

“Eventos como o Festival ABCR cumprem um papel muito importante no setor. Eles proporcionam que as pessoas desenvolvam um senso de comunidade e que cresçam e aprendam juntas. O Festival oferece conteúdo no nosso próprio idioma, em sua grande maioria apresentado pelos pares, por pessoas que estão nas organizações e são exemplos e inspiração. Apresenta material inédito e atualizado, que não é possível acompanhar online nas mesmas condições e com a mesma atenção. É importante porque proporciona uma oportunidade única de desenvolvimento das organizações e fortalecimento da sua independência financeira”, declara João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR.

A programação do evento reuniu mais de 50 palestras, além de cinco masterclasses, divididas em cinco eixos temáticos: Gestão e Captação de Recursos, O Papel do Captador, Inovação e Redes de Captação, Comunicação e Engajamento, Ferramentas e Fontes de Captação de Recursos. Dentre os conteúdos abordados, Vergueiro citou a captação com indivíduos como uma área promissora em crescimento no Brasil, e destacou também temas como tecnologia, planejamento em captação, do perfil de quem trabalha na área, comunicação e também os casos no setor.

“São sempre momentos especiais os dias em que participo do Festival ABCR, ainda mais este ano, por poder estar presencialmente. As oficinas refletiram muito bem sobre o cenário atual da captação de recursos”, comenta João Machado, um dos representantes do FICAS no evento. “Para mim, ficaram como destaque as ministradas pelo Amarildo Clemente e o Thiago Leon (Design e execução de campanhas de marketing) e a da Cristina Venturini (Construindo Mapa de Oportunidade das OSCs). Elas renovaram meu repertório de ideias e ferramentas que, com toda certeza, levarei para minha rotina de mobilização no FICAS, completa.

O Festival ABCR é um dos principais espaços de formação, troca de experiências e contatos do setor. É também a maior fonte de receitas para a ABCR, que foi fundada em 1999 para atuar pela promoção da sustentabilidade do campo social e pelo desenvolvimento da área de mobilização de recursos das organizações da sociedade civil. “O FICAS é um importante parceiro da ABCR para nos ajudar a fortalecer o campo e a sustentabilidade econômica das organizações da sociedade civil. A parceira faz a diferença para que consigamos chegar mais longe e falar com um público mais amplo e diverso, que sozinho não alcançaríamos”, afirma João Paulo Vergueiro, diretor executivo da instituição.

> Saiba mais: https://festivalabcr.org.br/


 

Que dia é hoje? Confira a causa de julho

Desde 2021, nossa campanha de comunicação chamada “Que dia é hoje?” vêm dando visibilidade a causas que acreditamos ser importantes e que estão alinhadas a nossos valores, reforçando nosso compromisso de “fortalecer pessoas e organizações”. A cada mês é escolhida uma data comemorativa para ser divulgada, bem como o trabalho de organizações que atuam com as respectivas temáticas.

Em julho, a causa apoiada é a do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas (30/jul). Saiba mais sobre a data e sobre a campanha da ONU, que tem como objetivo combater e prevenir o tráfico via internet aqui.

 

 

FICAS em Ação é um informativo mensal que reúne notícias sobre os programas, assessorias, ações e parcerias do FICAS. Jornalista responsável: Paula Rodrigues.

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