50 anos de luta

Idealizado há 50 anos por um grupo de jovens universitários negros do Rio Grande do Sul, o Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no Brasil no dia 20 de novembro e tem como objetivos reconhecer e valorizar a contribuição dos negros na construção da sociedade brasileira, valorizar sua história e a herança cultural africana, assim como gerar reflexões e denunciar desigualdades e injustiças, como racismo e discriminação. Esta é a causa de nossa campanha Que Dia é Hoje? do mês.

A data foi escolhida por ser o dia atribuído à morte de Zumbi (1655-1695), líder do Quilombo dos Palmares, que ficava no atual estado de Alagoas, e um dos maiores símbolos da luta pela libertação do povo negro no sistema escravista. Zumbi nasceu livre, em Pernambuco, e foi escravizado aos 6 anos. Os quilombos faziam resistência ao sistema, sendo um espaço de liberdade, preservação das culturas de origem na colônia e onde se plantava para subsistência.

Um dos idealizadores do Dia da Consciência Negra foi o poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, um dos fundadores do Grupo Palmares, associação que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira, em Porto Alegre (RS). Em 1971, ano da fundação do Grupo, ele propôs uma data que comemorasse o valor da comunidade negra e sua contribuição ao país.

O dia relacionado a Zumbi foi escolhido como contraponto ao 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea, destacando o protagonismo dos ex-escravizados na luta e reforçando a ideia de liberdade conquistada e não concedida. A data ganhou força e reconhecimento nacional em 1978 com o surgimento do Movimento Negro Unificado (MNU) no Brasil.

O Dia da Consciência Negra foi estabelecido pelo projeto Lei nº 10.639 em 2003, entrando para o calendário escolar com a determinação de ensino de história e cultura afro-brasileira e, oito anos depois, foi instituído como data nacional. Hoje, diversos estados e mais de mil cidades adotaram a causa e o 20 de novembro, sendo feriado em várias localidades.

> Saiba mais: Dia da Consciência Negra, 50 anos: liberdade conquistada, não concedida

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Jornalista responsável: Paula Rodrigues.

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