Comunicação e mobilização são destaques na formação do Enfrente Estruturantes
O FICAS conduz formação para projetos apoiados pela iniciativa da Fundação Tide Setubal.

Encontro sobre comunicação para o grupo apoiado pelo Enfrente Estruturantes. (Ago/21)
Troca, aprendizado, atualização, construção, essencial foram algumas palavras citadas pelos participantes do encontro sobre comunicação realizado em 18 de agosto de 2021, como parte da formação oferecida pelo Matchfunding Enfrente Estruturantes. A iniciativa da Fundação Tide Setubal, realizada em parceria com a Benfeitoria, apoia 15 projetos de diversos estados.
O FICAS é responsável pela formação em gestão, iniciada em abril, composta por 18 encontros virtuais, que tem como objetivo qualificar o desenvolvimento e o olhar estratégico para o contexto comunitário, além de promover ações articuladas. O conteúdo está dividido em três eixos: Identidade, Articulação e Atuação. Os encontros sobre mobilização e sobre comunicação, que aconteceram em agosto, fizeram parte do segundo bloco temático.
“É visível que o apoio do Enfrente e as formações já estão surtindo efeito, que a NoFront está evoluindo. Temos apenas 3 anos e estamos nesse constante movimento de se olhar e melhorar“, declara Thayeny Mendes, responsável pela comunicação da plataforma de educação financeira que utiliza letras de rap (Racionais MC’s) para aproximar o tema da população preta e periférica. “Eu acho a metodologia do FICAS excelente, dinâmica, lúdica. Sobre o conteúdo, gostaria de destacar três pontos: o organograma, que foi importante para percebermos como as coisas estavam centralizadas e poderiam ser mais horizontais; a apreciação sobre competências, uma atividade da formação que levamos para a equipe; e também o encontro de comunicação. Para mim, o conteúdo foi riquíssimo e, no dia seguinte, já fizemos uma reunião sobre comunicação internamente”, detalha.
“Nosso projeto Pretos que Voam tem como objetivo formar pessoas negras da periferia no curso de comissários de voo. O apoio do Enfrente está sendo a nossa base para que o projeto saia do papel e aconteça de forma verdadeira. Estamos na fase de formalizar nosso coletivo e nos tornarmos uma instituição de fato!”, conta Kenia Aquino Garcia idealizadora e cofundadora do Quilombo Aéreo, que atua em Porto Alegre (RS), mas pretende ter um alcance nacional. “Aprendemos bastante com o conteúdo e a metodologia do FICAS. Gostaria de destacar os encontros de mobilização, com o João Paulo Vergueiro (da ABCR), que tem muito o que compartilhar conosco, e os sobre comunicação, que fizeram a diferença e nos deram dicas de melhores práticas“, afirma.
A assessoria oferecida pelo FICAS também inclui dois encontros para avaliação e levantamento de aprendizados, além de 15 horas de atendimentos individuais com cada projeto participante. “A formação é muito rica. Somos constantemente estimulados a participar, ocorrem muitas práticas e a gente tem a liberdade de ouvir e falar. Também já tivemos o encontro individual, que foi um divisor de águas, porque a gente pode ser analisado como um espelho e acabamos por desenvolver soluções que já estavam em nossos radares”, conta Jean Ferreira da Silva, do Sebo do Gueto, um projeto que busca democratizar o acesso aos livros em periferias urbanas do Brasil, que teve início em Belém (PA) e hoje se encontra em nove periferias. “A nossa criação como coletivo foi orgânica e agora está sendo possível nos estruturarmos como uma rede, estabelecendo boas práticas e definições institucionais que permitirão o crescimento saudável da nossa iniciativa“, completa.
> Conheça os parceiros: Fundação Tide Setubal e Benfeitoria.
> Confira os projetos do NoFront, Quilombo Aéreo e Sebo do Gueto.
Assessoria para Intervozes inclui encontros sobre auto-cuidado
Trabalho teve início com o planejamento estratégico anual do coletivo que tem como foco o direito à comunicação e à liberdade de expressão.
A assessoria para o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social teve início entre os meses de março e abril de 2021, quando o FICAS apoiou a construção do seu planejamento anual. Foram cinco encontros virtuais, partindo do balanço das ações de 2020, passando pela construção de indicadores, a dinâmica da equipe (estrutura e fluxo de trabalho), o diálogo aprofundado sobre um dos programas e culminando no plano de ação para 2021. Além disso, foi construído um plano de monitoramento, que também está sendo facilitado pelo FICAS.
A instituição sinalizou que, entre os objetivos da assessoria, estão contribuir para a organização interna, criação de calendário de atividades e divisão de responsabilidades da equipe, além de ajudar a pensar no aprimoramento estratégico dos instrumentos para medir os impactos do trabalho desenvolvido.
Cuidar de quem cuida deveria estar entre os pilares do trabalho social, porém, na correria do dia a dia muitas organizações acabam não incluindo ações voltadas para o público interno no planejamento das atividades. Durante os encontros do 1º semestre com o Intervozes, foi identificada uma necessidade de se olhar para o auto-cuidado acentuada pelos impactos do distância social durante a pandemia de Covid-19.
Em 2020, o FICAS lançou o programa “Cuidar de quem cuida” para atender a esta demanda e seu conteúdo foi adaptado para encontros mensais de 1h30 que estão sendo realizados junto à equipe do Intervozes. Já aconteceram três dos seis encontros previstos. O percurso formativo trabalha o auto-cuidado e o cuidado com as relações e com o outro/a, seja no âmbito pessoal ou profissional, usando sempre os pilares da metodologia do FICAS (afetividade, ludicidade e participação).
“Eu acho que a pandemia mostrou a todos que não temos a prática de cuidar de nós mesmos e das nossas relações no dia a dia. E nós, que somos sociedade civil organizada, precisamos ser aqueles que implementarão estas práticas de cuidado e auto-cuidado dentro das organizações, para que isso seja um reflexo para o mundo”, afirma Bira Azevedo, consultor do FICAS e facilitador dos encontros sobre cuidado. “Neste grupo do Intervozes, percebo que para eles estar presente nestes momentos é respirar um pouco no meio de tudo o que está acontecendo, para ganhar energia, para se fortalecer, para olhar para si, para avaliar os caminhos que estão percorrendo. Muitas coisas acontecem quando você dá uma parada para cuidar de si“, completa.
O Intervozes luta há 18 anos pelo direito à comunicação, pela liberdade de expressão e por uma mídia democrática, e é formado por ativistas e profissionais com formação nas áreas de comunicação social, direito, arquitetura, artes e outras, que se encontram em 15 estados brasileiros.
> Saiba mais sobre o Cuidar de quem Cuida.
> Conheça o parceiro: https://intervozes.org.br.
:. As Assessorias FICAS utilizam metodologias de trabalho construídas juntamente com os parceiros, considerando suas necessidades e características. Caso tenha interesse em uma parceria para facilitação e acompanhamento de seu planejamento, entre em contato pelo e-mail comunicacao@ficas.org.br ou pelo WhatsApp +11 95816.0335.
FICAS renova parceria com o Programa Crescer Aprendendo da United Way Brasil
Iniciativa está apoiando famílias a fim de reduzir os impactos do isolamento social no bem-estar físico, psíquico e emocional das crianças pequenas.
O FICAS iniciou, em julho de 2020, um trabalho de assessoria para a United Way Brasil (UWB) na execução de seu Programa Crescer Aprendendo, que foi renovado para 2021. O programa apoia famílias para bem-estar físico, psíquico e emocional de crianças pequenas, especialmente a fim de reduzir os impactos do isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19.
O trabalho é realizado com grupos de famílias em diversas cidades de sete estados (Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo). São oferecidos dois tipos de apoio: orientação para a educação de crianças pequenas (metodologia desenvolvida pela UWB, aplicada em grupos pelo WhatsApp, durante três a quatro meses) e cartões alimentação (entregues por dois a três meses), recursos importantes neste período da pandemia.
As orientações abordam temas como: o papel da família, alimentação saudável, higiene, saúde, comportamento e direitos da criança, a importância do brincar, a promoção de uma cultura de paz e saúde mental de crianças e adultos. Este último tema inclui apoio profissional virtual individualizado para os casos de maior necessidade.
O número de famílias beneficiadas nas cinco turmas organizadas nos últimos 12 meses está próximo de 5 mil, todas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e com crianças de até seis anos de idade, indicadas por organizações da sociedade civil que já as acompanham em projetos e programas que desenvolvem.
“O FICAS monitora a entrega de documentação pelas organizações responsáveis pelas famílias à UWB e analisa o impacto da formação oferecida para as famílias, a partir de questionários que elabora para aplicação no início e após a conclusão do apoio a cada turma“, conta Marcia Quintino, uma das responsáveis pela assessoria no FICAS.
> Saiba mais sobre a United Way Brasil.
Ação articulada entregou vale-alimentação para migrantes
Quase 100 mulheres moradoras de São Paulo serão beneficiadas pela iniciativa por dois meses.

Entrega de vale-alimentação para migrantes em São Paulo. Foto: Michele Honorata/FICAS.
Num cenário de crise sócio, político e econômica, um dos impactos da pandemia de Covid-19 foi aumentar o número de pessoas que passam fome ou vivem em insegurança alimentar no Brasil. Segmentos em vulnerabilidade social estão entre os mais afetados, como parte da população migrante e refugiada que perdeu o emprego ou não vem podendo gerar renda como autônoma.
Em uma ação articulada, o Instituto Girassol e a Gerando Falcões forneceram cestas básicas em forma de crédito em vale-alimentação para 95 mulheres migrantes atendidas pelo FICAS, em São Paulo. Cada beneficiada recebeu um cartão com duas recargas no valor de R$ 150,00 cada. As entregas foram feitas ao longo do mês de agosto de 2021, tanto na sede do FICAS, como na Missão Paz, organização referência no campo da migração e refúgio, e parceira estratégica do FICAS.
O trabalho do Instituto Girassol de Desenvolvimento Social teve início em 2003, no município de Boca da Mata (AL), a fim de promover ações que gerem mudanças e desenvolvimento no contexto local, com a garantia dos direitos da infância e juventude. Desde sua fundação, o Instituto já atuou diretamente com mais de 1000 jovens e 1500 crianças e adolescentes e suas famílias. Vem desenvolvendo ações de forma articulada com poder público e parceiros não governamentais, que contribuem com apoio financeiro, técnico, doação de materiais ou por meio de ações conjuntas, como com a Gerando Falcões.
A Gerando Falcões é um “ecossistema de desenvolvimento social que atua em rede para acelerar o poder de impacto de líderes de favelas de todo país que possuem um sonho em comum: colocar a pobreza das favelas no museu”. Seu foco são iniciativas transformadoras, capazes de gerar resultados de longo prazo. O projeto entrega serviços de educação, desenvolvimento econômico e cidadania e executa programas de transformação sistêmica de comunidades, como o Favela 3D.
No final do ano passado, o FICAS também havia distribuído cestas básicas de alimentos e brinquedos para as 28 bolivianas moradoras da Grande São Paulo participantes do Programa de Formação de Coletivos de Migrantes e Refugiadas/os, uma parceria estratégica com a Fundación Avina e a Missão Paz desde 2018. O programa tem como objetivo apoiar o desenvolvimento socioemocional e econômico dessas mulheres.
Outra iniciativa recente foi a campanha “Solidariedade à Mesa” de doação de alimentos promovida pelo FICAS no Dia de Doar 2020, direcionada à Missão Paz. Ao longo de dezembro de 2020, foram angariados R$ 6.503,00 por meio de depósitos realizados diretamente em conta bancária ou PagSeguro da Missão Paz.
> Saiba mais: Instituto Girassol, Gerando Falcões, Missão Paz e Fundación Avina.
Campanha “Que dia é hoje?” apoia causas a cada mês
O Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas e o Dia Internacional dos Povos Indígenas foram as datas destacadas em julho e agosto.
Inspirado pela ideia de “fortalecer pessoas e organizações” que está gravada em nosso slogan, o FICAS lançou em 2021 uma campanha de comunicação para divulgação de causas relacionadas a datas comemorativas. Chamada “Que dia é hoje?”, a iniciativa jogou luzes neste bimestre no Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas (30/jul) e o Dia Internacional dos Povos Indígenas (9/ago).
Do combate à intolerância religiosa à luta de minorias como mulheres, refugiados e população LGBTQIA+, a campanha busca trazer informações sobre a data, iniciativas de destaque e prepara uma lista de 10 organizações que desenvolvem trabalhos de apoio às causas.
Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas
No mês de julho, uma iniciativa de destaque foi o lançamento da pesquisa sobre Mapeamento do Tráfico de Pessoas no Brasil. A publicação é resultado de uma parceria entre a Polícia Rodoviária Federal, o Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério Público do Trabalho, a Childhood Brasil – Programa na Mão Certa e a Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude (Asbrad).
A série está dividida em três volumes: “Características do Trabalho Escravo no Brasil”, “Trabalhadores Imigrantes Resgatados do Trabalho Escravo” e “Características da Exploração Sexual de Crianças, Adolescentes e Pessoas adultas e suas relações com as rodovias federais”. A publicação está disponível para download gratuito.
> Baixe aqui: Mapeamento do Tráfico de Pessoas no Brasil
> Leia também: Uma (ainda) triste realidade; Mulheres são principais alvos; Redes de enfrentamento.
Dia Internacional dos Povos Indígenas
Você sabia que, no Brasil, a população indígena é de cerca 896 mil pessoas com presença em todos os estados, em um total de 305 etnias, que falam 274 línguas? Os dados são do Censo do IBGE de 2010.
A maior parte das terras Indígenas estão localizadas na Amazônia brasileira onde atua a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB. A rede atua em nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
> Saiba mais sobre a rede COIAB.
> Leia também: Pelo direito dos povos originários; Organizações que apoiam a causa.